O Senhorio de Deus
1 Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam.
2 Porque Ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios.
O Perfil do Adorador
3 Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo?
4 Aquele que é limpo de mãos e puro de coração;e não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente.
5 Este receberá do Senhor uma bênção, e a justiça do Deus da sua salvação.
6 Tal é a geração daqueles que o buscam, daqueles que buscam a tua face, Ó Deus de Jacó.
A Entrada Triunfal do Rei
7 Levantai, Ó portas, as vossas cabeças;
Levantai-vos, Ó entradas eternas, E entrará o Rei da Glória.
A Identidade do Rei
8 Quem é o Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, O Senhor poderoso na batalha.
O Ecoar da Entrada Triunfal
9 Levantai, Ó portas, as vossas cabeças; Levantai-vos, Ó entradas eternas, E entrará o Rei da Glória.
10 Quem é esse Rei da Glória? O Senhor dos exércitos; Ele é o Rei da Glória.
A Vinda do Rei da Glória
Este salmo é tanto davídico quanto messiânico. Sendo davídico mostra a adoração de Israel ao Senhor após o estabelecimento do reino de Davi e a entrada a Jerusalém da Arca da Aliança.
Na antigüidade as cidades eram amuralhadas e possuíam uma porta principal, assim quando Davi conquistava uma cidade ele entrava pela porta principal da cidade sitiada e derrotada e era ovacionado e aclamado pelo povo como o novo rei da cidade e daqueles cidadãos.
Da mesma forma se usa essa figura histórica para descrever a entrada do Senhor Deus em Jerusalém como seu Rei por meio da Arca da Aliança para poder reinar em Israel desde o Templo de Jerusalém, a capital do reino e o centro religioso e espiritual da nação.
Sendo messiânico este salmo mostra uma realidade maior. Ele aponta para Cristo, o Grande Rei.
Este salmo 24 fecha a seqüência messiânica iniciada nos salmos 22 e 23:
- No salmo 22 Cristo é o Salvador Sofredor.
- No salmo 23 Cristo é o Pastor Amante.
- No Salmo 24 Cristo é o Rei Triunfante.
No salmo 22 temos a cruz do Messias, no salmo 23 encontramos o cajado do Pastor e no salmo 24, achamos o trono e a coroa do Rei exaltado.
No salmo 22 temos a humilhação do Messias, no salmo 23 encontramos a ministração do Messias e no salmo 24 achamos a exaltação do Messias.
No salmo 22, o Messias Jesus passa pela humilhação de sua cruz, no salmo 23 Ele passa pela ministração de seu cajado e no salmo 24 Ele passa pela exaltação da sua coroação.
No salmo 22 temos o mistério da dor do Messias, no salmo 23 encontramos o ministério do amor do Messias e no salmo 24 achamos a revelação da entronização do Messias.
No salmo 22 temos o Messias sofrendo, no salmo 23 encontramos o Messias servindo e no salmo 24 achamos o Messias sendo adorado como Rei.
No salmo 22 temos o Messias rejeitado, no salmo 23 encontramos o Messias sendo usado e no salmo 24 achamos o Messias sendo aclamado.
No salmo 22 temos a pergunta do Cordeiro (Por que me abandonastes?), no salmo 23 temos a resposta para o Pastor (Deus abandonou o Filho no vale da sombra da morte para salvar os pecadores) e no salmo 24 temos o culto ao Rei Universal (os salvos adoram o Messias pelo seu sacrifício).
Este salmo louva a Deus como o rei de glória.
Este salmo mostra o Senhor Deus como Criador, como Redentor e como Conquistador do Universo.
Este salmo consta de três partes:
1. Um breve hino ou canto de louvor ao Deus Criador (1-2).
2. Uma instrução sobre as qualidades requeridas para adorar no templo (3-6).
3. Um poema que celebra a instalação da Arca do pacto em Jerusalém (7-10; cf. 2Sm 6.1-23; Sl 132) ou seu regresso à cidade santa depois de uma campanha militar vitoriosa.
Analisemos este belo e sublime salmo:
1. Um breve hino ou canto de louvor ao Deus Criador (1-2):
O Senhorio de Deus
1 Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam.
2 Porque Ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios.
Deus é louvado como Rei do universo tanto da Criação quanto das criaturas. Deus é apresentado aqui como dono do planeta e dos seus habitantes, porquanto Ele é o seu criador. Assim a criação e as criaturas devem-lhe adoração.
O mar e os rios conquistados por Deus são sinal do seu poder criador com o qual dá firmeza à Terra. Ao fundar a terra, em meio ao caos das águas, o Criador pode reclamar que a terra e todo o que há nela é seu, pois Ele o consolidou com o seu poder.
Aqui há um interessante paralelo entre a Criação e a conquista da Palestina, pois antes da chegada da Arca da Aliança e de Israel a Canaã, o contexto era de caos na região, pois não conhecia a Luz gloriosa da presença de Deus, assim as trevas do pecado e da idolatria prevaleciam nesse lugar, assim em meio aquele mar de injustiça moral e espiritual o Senhor apareceu para mostrar sua glória e autoridade e para poder estabelecer seu ordem, autoridade e justiça através de Israel, da Lei revelada e por meio do culto no Templo.
2. Uma instrução sobre as qualidades requeridas para adorar no templo (3-6):
O Perfil do Adorador
3 Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo?
4 Aquele que é limpo de mãos e puro de coração; que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente.
5 Este receberá do Senhor uma bênção, e a justiça do Deus da sua salvação.
6 Tal é a geração daqueles que o buscam, daqueles que buscam a tua face, Ó Deus de Jacó.
Este salmo se cantava em coro enquanto a arca era levada ao Templo
O verso 3 levanta a pergunta (Quem subirá...?) e o verso 4 dá a resposta (Aquele que...). Assim o salmo evoca a glória de Deus e os deveres dos adoradores. Os israelitas eram cientes da exigência divina com relação a uma vida de santidade e justiça por parte do fiel para poder adorar o Senhor dignamente.
A região habitada por homens sem conhecimento de Deus foi limpa e submetida ao rei do pacto. Assim Israel habitando nesse lugar devia manter também os requisitos morais da lei e suas exigências para poder adorar o Senhor dignamente.
Uma vida com mãos e coração limpos de pecado era uma vida que rejeitava a vaidade e o engano e dava ao adorador o direito de acesso ao santuário do Onipotente Rei que é Santo e Justo e que recompensava seus fiéis servos pessoalmente com suas bênçãos.
O adorador devia ser santo como o Deus que cultuava, do contrário isso seria profanação, sacrilégio e blasfêmia. Aquele que cultuava a Deus devia compartilhar a formosura da santidade e justiça do Senhor.
O salmista explica que a geração dos justos que busca face de Deus o faz de forma digna tanto moral quanto espiritualmente.
3. Um poema que celebra a instalação da Arca do pacto em Jerusalém (7-10; cf. 2Sm 6.1-23; Sl 132) ou seu regresso à cidade santa depois de uma campanha militar vitoriosa:
A Entrada Triunfal do Rei
7 Levantai, Ó portas, as vossas cabeças;
Levantai-vos, Ó entradas eternas, E entrará o Rei da Glória.
Aqui se convoca a abrir as portas da cidade para a entrada da Arca do Senhor. Ao entrar a Arca da aliança a Jerusalém o Rei e o povo clamavam diante dessa entrada triunfal, Deus era aclamado como o Rei conquistador, pois Ele é o Senhor dos exércitos, poderoso na batalha e quem concedeu a vitória a seu povo (7-10). O exército do Senhor mencionado pelo salmista estava composto pelas hostes celestiais ou astros e estrelas do céu, as miríades de anjos, arcanjos e querubins e as tropas do exército de Israel. Assim o Senhor estava no comando e no controle de tudo e assim é entronizado na cidade real em meio a gritos de louvor e som festivo. Esta primeira entrada aponta á primeira vinda a este mundo do Messias como Salvador e sua entrada triunfal a Jerusalém como mensageiro de Paz.
O texto fala de portas eternas, esta alusão se refere não só às portas da cidade, mas também aos corações dos homens que também deviam abrir-se para aceitar o reino do Senhor em suas vidas, isto é, as almas conquistadas que outrora adoravam e serviam outros deuses, agora deviam adorar e servir exclusivamente ao Senhor de Israel.
A Identidade do Rei
8 Quem é o Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, O Senhor poderoso na batalha.
Assim como se identificou a identidade do adorador como sendo ela de justiça e santidade para adorar o Senhor, agora se pergunta pela identidade do Senhor, e a resposta é que Ele é forte e poderoso na batalha, assim aqui se enfatiza sua onipotência e poder sobre os seus inimigos, sejam estes egípcios, filisteus ou cananeus. O nome do Senhor aqui é Jeová (YHWH), o Deus da redenção, pois Ele gloriosamente salvou o seu povo do inimigo opressor, por isso Ele é digno de todo louvor da parte de seu povo.
O Ecoar da Entrada Triunfal
9 Levantai, Ó portas, as vossas cabeças;
Levantai-vos, Ó entradas eternas, E entrará o Rei da Glória.
10 Quem é esse Rei da Glória? O Senhor dos exércitos; Ele é o Rei da Glória.
Duas vezes os adoradores clamam que as portas do santuário se abram para o Rei de glória (7, 9). O Senhor foi representado na procissão pela Arca do Pacto ao entrar no santuário (2Sm 6.12-19). Houve também outras ocasiões nas quais os descendentes de Davi ocuparam o trono da nação cantado este salmo.
Mas os cristãos têm usado este salmo para celebrar no culto a ascensão de Cristo ao seu santuário celestial após a sua ressurreição.
A entrada da Arca da Aliança ou do rei a Jerusalém era apenas um antecipo daquilo que ocorreria no futuro.
O Senhor entrou em Jerusalém o domingo anterior a sua paixão, naquela entrada triunfal o Senhor entrou sobre um jumento como um emissário real de paz, mas também se espera que este salmo seja cantado no Milênio quando Cristo voltará triunfante sobre o mal e como conquistador entrará em Jerusalém para estabelecer o seu reino de Justiça e Paz sobre o mundo. Assim só aqueles que têm lavado sua alma no sangue de Cristo participaram desse reino glorioso para adorá-lo e servi-lo e assim serão abençoados pela eternidade.
Para que você possa entrar nesse reino futuro deixe que Cristo entre hoje em seu coração, arrependa-se e seja salvo, pois seu coração tem uma porta eterna exclusiva para o Rei da Glória e você precisa abri-la para o Senhor. Portanto, deixe que Cristo Jesus seja o Rei entronizado em seu coração e assim glorifique ao Senhor nosso Deus.
0 comentários:
Postar um comentário