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O Concerto da Sua Vida

Por: Lília Lebedenco

Ester, a Estrela de Deus

Dos sessenta e seis livros que há na Bíblia apenas dois têm o nome de mulher, o primeiro é Rute e o segundo é Ester.

· Enquanto Rute é a história de uma mulher gentia que se casou com um judeu, Ester é a história de uma mulher judia que se casou com um gentio.

· O nome hebraico de Ester era Hadassa, que significa murta (planta arbustiva).

Ester é um nome persa, que significa estrela.

· Ela era descendente da tribo de Benjamim, pequena tribo que permaneceu unida à grande tribo de Judá após a divisão do reino, assim os benjamitas foram considerados judeus.

· Ester era órfã e foi adotada e criada pelo seu tio (primo) Mordecai (Mardoqueu), outro benjamita.

N No terceiro ano de seu reinado, Assuero (Xerxes), rei da Pérsia, deu um banquete de sete dias. No último dia, mandou que chamassem Vasti, então rainha, para exibi-la diante dos presentes no banquete. Vasti era muito bela. Ela se recusou a atender ao chamado do rei, que foi então orientado por seus conselheiros a destituir Vasti; para que seu mau comportamento não influenciasse as demais mulheres do reino a desobedecerem seus maridos.

Alguns anos se passaram e o rei sentiu falta de uma rainha ao seu lado, mesmo dispondo de um harém.

Eis então o concurso...

“Então disseram os servos do rei, que lhe serviam: Busquem-se para o rei moças virgens e formosas".Et. 2.2

“...levaram também Ester ao palácio do rei, à custódia de Hegai, guarda das mulheres. E a donzela agradou-lhe, e alcançou o favor dele; pelo que ele se apressou em dar-lhe os cosméticos e os devidos alimentos, como também sete donzelas escolhidas do palácio do rei; e a fez passar com as suas donzelas ao melhor lugar na casa das mulheres”. Et. 2: 8-9

Desde o princípio, ao entrar no palácio como desconhecida, Deus cuidou de Ester. Ele estava conduzindo tudo com perfeição, nos Seus propósitos. A preparação das mulheres durou um ano, seis meses com mirra e seis meses com perfumes.

"E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou graça e favor diante dele mais do que todas as virgens; de sorte que lhe pôs sobre a cabeça a coroa real, e a fez rainha em lugar de Vasti”. Et 2.16-17.

Mesmo sendo Rainha, Ester permaneceu fiel e submissa a Mordecai - Et 2.20. Ele a orientou para que não revelasse sua origem judaica.

Mordecai provavelmente tinha algum posto no palácio, o vemos sentado ao portão. Ele descobriu uma conspiração de dois eunucos, guardas da porta, Bigtã e Teres, contra a vida do rei. Ester, instruída e orientada por Mordecai denunciou a conspiração e salvou a vida do seu esposo - Et 2.21-23.

Hamã, o incircunciso

Hamã, um oficial do reino de Xerxes, odiava os judeus e planejou destruí-los. Nesta situação, o ódio de Hamã é representativo do ódio que há no coração de Satanás pelo povo de Deus.

Era Amalequita, arquiinimigo dos Judeus (Dt. 25:17-19 / Êx. 17:8-16 e 1 Sm. 15). Amaleque simboliza a carne – Hamã, sendo de sua família, representa a luta da carne contra os Filhos de Deus.

Através de mentiras, obteve um decreto da parte do rei para acabar com todos os judeus do império.

Ester, a Estrela de Deus

Mordecai, ciente do perigo, avisou acerca desta tentativa a Ester que reagiu com tristeza e temor.

Ester sabia que qualquer um que entrasse na presença do rei, sem ser chamado, teria apenas uma sentença: a morte. A menos que o rei estendesse o seu cetro de ouro para a pessoa.

Mordecai, portanto, desafiou e encorajou Ester:

“Então Mordecai mandou que respondessem a Ester: Não imagines que, por estares no palácio do rei, terás mais sorte para escapar do que todos os outros judeus. Pois, se de todo te calares agora, de outra parte se levantarão socorro e livramento para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se não foi para tal tempo como este que chegaste ao reino?” Et 4.13-14.

Ester refletiu e reagiu pedindo ajuda em oração a seu povo, assim decidiu se arriscar para poder interceder diante do rei mesmo violando costumes da época:

“Vai, ajunta todos os judeus que se acham em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; e eu e as minhas moças também assim jejuaremos. Depois irei ter com o rei, ainda que isso não seja(é?) segundo a lei; e se eu perecer, pereci”. Et 4.6.

Esse não é o clamor desesperado de uma mártir, mas o testemunho de uma crente disposta a fazer tudo por seu Senhor. Em Daniel 3.13-18 vemos Sadraque, Mesaque e Abednego se negando a se prostrar à imagem do rei, e não temeram a fornalha de fogo. Atitude de testemunho semelhante a de Ester.

No capítulo cinco Ester veste suas roupas reais e se apresenta diante do rei rompendo os costumes reais da época, mas achou graça diante dele que lhe disse:

O que é, rainha Ester? Qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará”.Et 5.3.

Então de forma sábia, paciente e prudente, ela não pediu nada, antes convidou o rei a um banquete, para o qual Hamã também foi convidado.

Durante o banquete, o rei repetiu a pergunta a Ester, que novamente usou de sabedoria e paciência e o convidou a um novo banquete, que Hamã também participaria, ele aceitou com muito prazer esse convite.

Antes do segundo banquete, Hamã mandou construir uma forca para Mordecai, pois este jamais se curvou a Hamã, o que o insultava profundamente, ferindo seu orgulho e aumentando seu ódio pelos judeus.

No segundo banquete o rei repetiu novamente a Ester:

“Qual é a tua petição, rainha Ester? E ser-te-á concedida; e qual é o teu rogo? Até metade do reino se te dará”. Et 7.2.

Então confiando no Senhor, Ester pediu:

“Ó rei! Se eu tenho alcançado o teu favor, e se parecer bem ao rei, seja-me concedida a minha vida, eis a minha petição, e o meu povo, eis o meu rogo; porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para sermos destruídos, mortos e exterminados; se ainda por servos e por servas nos tivessem vendido, eu teria me calado, ainda que o adversário não poderia ter compensado a perda do rei”. Et. 7.4-5.

Ester não agiu precipitadamente, antes procedeu com muita sabedoria e tato feminino conquistando o rei com muita paciência.

Ela denunciou Hamã e este desesperado se lançou nas pernas dela que estava deitada no divã, o rei que saiu ao jardim para pensar, ao voltar viu essa cena e furioso mandou enforcar a Hamã na forca que ele mesmo preparou para Mordecai. Et 7.7-10.

Nesse mesmo dia Ester declarou seu parentesco com Mordecai e este foi honrado pelo rei recebendo os bens de Hamã. Et 8.1-2.

Ester novamente se apresentou diante do rei e se prostrou diante dele para suplicar pelo seu povo.

O rei autorizou um novo decreto permitindo que os judeus se defendessem de seus inimigos, Et 8.7-14.

Então, Mordecai foi exaltado e seu povo foi abençoado.

Lições para a vida:

Um aspecto peculiar no Livro de Ester é que o nome de Deus não é mencionado. No entanto, vestígios de Deus e seus caminhos transparecem em todo o livro, especialmente na vida de Ester e Mardoqueu.

Da perspectiva humana, Ester e Mardoqueu foram as duas pessoas do povo menos indicadas para desempenhar funções importantes na formação da nação. Ele era um judeu benjamita exilado; ela era prima órfã de Mardoqueu, adotada por este (Et. 2.7).

A maturidade espiritual de Ester se percebe na virtude dela saber esperar pelo momento que Deus julgou adequado, para, então, pedir ao rei a salvação do povo e denunciar Hamã (Et. 5.6-8; 7.3-6).

Mardoqueu também revela maturidade para aguardar que Deus lhe indicasse a ocasião correta e lhe orientasse. Em conseqüência, ele soube o tempo certo de Ester desvendar sua identidade judaica. (Et. 2.10).

Esta espera divinamente orientada provou ser crucial (6.1-14; 7.9,10) e comprova a base espiritual do livro.

Finalmente, tanto Ester quanto Mardoqueu temiam a Deus, não a homens.

Independentemente das conseqüências, Mardoqueu recusou-se a prestar honras a Hamã. Ester arriscou sua vida por amor do seu povo quando foi ao rei sem ter sido convidada.

Curiosidade:

Religiosamente, o livro foi escrito para explicar a origem da festa judaica do Purim (Et 9.16-32), pelo que anualmente o livro é lido publicamente. Há profundo respeito neste tempo, semelhante ao concedido na leitura dos livros de Moisés.

Cada vez que o nome de Hamã é lido, os judeus reagem fortemente batendo os pés no chão e clamando:

“Que seu nome seja destruído”.

A palavra Purim vem de Pur (sorte em hebraico). Hamã pediu para que sua mulher, Zeres, lançasse o pur para escolher o dia e o mês do extermínio dos judeus, que foi publicado no decreto para o dia 13 do mês de adar (duodécimo mês- seria, para nós, entre fevereiro e março).

A “sorte” dos judeus foi mudada através do novo decreto que Ester conseguiu por meio do rei, o que seria extermínio, se tornou vitória, os judeus venceram seus inimigos e comemoraram durante os dias 14 e 15 de adar. Estes foram os dias estabelecidos por Ester e Mardoqueu para que se celebrasse a vitória, todos os anos.

Foram mortos 75 mil dos inimigos dos judeus.

O agir que não é nosso...

Espírito Santo em Ação: O ministério do Espírito Santo está representado pela figura generosa do eunuco Hegai, quem concede dons e cuidados a Ester para esta se apresentar diante do rei com beleza, humildade, sabedoria e amor.

O Espírito Santo mostra-se através do quebrantamento de Mardoqueu e Ester junto ao povo em jejum e oração em unanimidade (Et 4.1-6).

Enquanto Vasti rejeita entrar na presença do rei, Ester o convida para dois banquetes, no primeiro não pede nada, isso nos mostra que nós devemos buscar a presença de Deus com alegria acima de qualquer outra coisa.

Já no capítulo 8, Ester entra na presença do rei ousadamente com temor e tremor, da mesma forma o Espírito nos ensina a entrar na presença do Senhor, nosso Deus com reverência.

O nosso agir

A igreja de Cristo deve ter o Espírito de Ester para brilhar em meio ao pecado do egoísmo. E assim prostrada e rendida diante do rei do universo deve ocupar o seu lugar na obra missionária para salvação de muitas almas.

O Senhor Jesus exigiu e exige um testemunho radiante de seus discípulos:

“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”. Mt 5.16.

Lembremos que a lua não tem luz própria, mas ela reflete a luz do sol, assim nós como Ester, uma estrela de Deus, reflitamos a luz do Senhor em nossas vidas.

“Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento de outra parte sairá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?” Et. 4:14

Façamos nossa parte, não observando as dificuldades ao redor, não observando da perspectiva humana, não considerando nossas limitações. Mas, olhando e confiando somente em Deus, que é quem cuida de nós e pode nos usar para todos os Seus propósitos, brilhemos a Sua luz! Como ELE quiser!

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