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FILHOS DE DEUS 4

Por: Pr. Messias Santos

SANTDADE

Quarto, e seguindo-se ao que já dissemos, nossa adoção nos mostra o significado e os motivos da santidade evangélica.

Esta expressão — "santidade evangélica" — é sem dúvida alguma pouco conhecida. Era uma expressão puritana para designar a vida cristã autêntica, que brotava do amor e da gratidão a Deus, em contraste com a falsa "santidade legal", que consistia simplesmente em formas, rotinas e aparências externas, mantida por motivos egoístas. Temos aqui apenas duas pequenas observações a fazer sobre a "santidade evangélica". Primeira, o que já dissemos mostra sua essência. Ela é apenas a vida coerente que resulta do relacionamento filial com Deus, ao qual somos levados mediante o Evangelho. Trata-se simplesmente do filho de Deus possuidor dos sinais característicos: fiel a seu Pai, ao seu Salvador e a si mesmo. É a expressão da adoção na vida de alguém. É uma questão de ser bom filho, diferente do filho pródigo, ou filho-problema na família real. Segundo, o relacionamento adotivo, que mostra tão claramente a graça de Deus, proporciona em si mesmo o motivo desta vida autenticamente santa. Os cristãos sabem que Deus "nos predestinou para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo" (Ef 1:5), e que isto envolve sua intenção eterna: "para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença" (Ef 1:4). Eles sabem que caminham rumo ao dia em que este destino será total e finalmente realizado: "sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; pois o veremos como ele é" (lJo 3:2).

O que resulta de tal conhecimento? O resultado é que "Todo aquele que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro" (v. 3). Os filhos sabem que o Pai deseja sua santidade e que ela é o meio, a condição e a razão de sua felicidade aqui e no futuro. Por causa do amor que têm ao Pai procuram efetivamente o cumprimento deste propósito benéfico. A disciplina pa-ternal exercida pelas pressões e dificuldades externas ajuda o processo. O cristão, ainda que atolado em dificuldades, pode sentir-se confortado por saber que no plano de Deus isso tudo tem um propósito positivo: promover sua santificação.

Neste mundo os príncipes precisam se submeter à disciplina e ao treinamento extra, dos quais as outras crianças estão livres, a fim de prepará-los para seu destino. O mesmo acontece com os filhos do Rei dos reis. A chave para entender o procedimento divino em relação a eles é lembrar que, durante o transcurso de sua vida, Deus os está treinando para o que espera deles e esculpindo-os para alcançar a imagem de Cristo. Às vezes esse processo é doloroso e a disciplina, cansativa, mas aí as Escrituras nos lembram que "... o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho. Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos [...] Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz..." (Hb 12:6,7,11).

Só a pessoa que compreende isso pode experimentar o que diz Romanos 8:28 (ra): "Sabemos que todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus"; igualmente, só ele pode manter a segurança da filiação contra os assaltos satânicos, quando as coisas não vão bem. Quem domina a verdade da adoção, no entanto, retém a segurança e recebe as bênçãos no dia da dificuldade: este é um aspecto da vitória da fé sobre o mundo. Entretanto, um ponto se destaca: o motivo principal para a vida santa do cristão não é negativo, mas positivo: o impulso de demonstrar seu amor e gratidão pelo Pai adotivo, identificando-se com a vontade paterna em todos os aspectos de sua vida. Isto esclarece ao mesmo tempo a questão do lugar da lei de Deus na vida cristã. Muitas pessoas acham difícil perceber o papel que ela exerce sobre o cristão. Estamos livres da lei, dizem, nossa salvação não depende do fato de mantê-la, somos justificados pelo sangue e pela justiça de Jesus Cristo. Que importância ou que diferença faz se de agora em diante guardamos a lei ou não? Já que a justificação significa perdão de todos os pecados passados, presentes e futuros, e ainda a completa aceitação por toda a eternidade, por que devemos nos preocupar se pecamos ou não? Por que devemos pensar que Deus se preocupa com isso? Não demonstra um entendimento errôneo da justificação o fato de o cristão relacionar seus pecados diários e passar tempo se lamentando por eles e buscar perdão? A recusa em buscar instrução na lei, ou se preocupar com os erros diários, não será parte da verdadeira ousadia da justificação pela fé? Os puritanos tiveram de enfrentar estas idéias antinomistas e às vezes sentiram dificuldades em respondê-las. Se alguém crê que a justificação é o princípio e o fim do dom da salvação, terá sempre dificuldades para responder a esses argumentos. A verdade é que essas idéias devem ser respondidas não nos termos da justificação, mas da adoção. Uma vez que se faça a distinção entre estes dois elementos no dom da salvação, a resposta correta se torna clara. Qual é essa resposta? É esta: embora seja realmente verdade que a justificação nos liberta para sempre da necessidade de guardar a lei, ou de qualquer tentativa de fazê-lo como meio de merecer a vida, é igualmente verdade que a adoção impõe o dever permanente de guardar a lei como meio de agradar ao Pai recêm-encontrado. Guardar a lei é a semelhança existente entre os filhos de Deus; Jesus cumpriu toda a justiça e Deus nos chama a fazer o mesmo. A adoção coloca a obediência à lei sob novo prisma. Como filhos de Deus reconhecemos a autoridade da lei como regra para a vida porque sabemos ser este o desejo de nosso Pai. Se pecamos, confessamos-lhes nossas faltas e lhe pedimos perdão, baseados na relação familiar, como Jesus nos ensinou: "Pai! [...] Perdoa-nos os nossos pecados". Os pecados dos filhos de Deus não destroem sua justificação nem anulam sua adoção, mas arruinam a comunhão entre os filhos e seu Pai. "Sejam santos porque eu sou santo", são as palavras do Pai para nós, e não é parte da justificação pela fé perder de vista o fato de que Deus, o Rei, quer que seus filhos reais vivam de modo a honrar sua paternidade e posição.

Segurança

Quinto, nossa adoção fornece o indício necessário para resolver o problema da segurança.

Aqui temos uma questão difícil! Este tópico está em constante disputa na Igreja desde a Reforma. Os reformadores, Lutero em particular, costumavam fazer distinção entre "fé histórica" — que Tyndale15 denominou "fé na história", isto é, a crença nos fatos relatados pelo cristianismo sem resposta nem compromisso — e a verdadeira fé salvadora. A última, diziam, é essencialmente segurança. Eles a denominavam fiducia, "confiança" — primeiro na verdade da promessa do perdão divino e na vida para os pecadores que se tornaram crentes; e, segundo, a auto-aplicação como crentes. William Tyndale (1494-1536) foi um dos primeiros reformadores ingleses cujo principal objetivo era colocar a Bíblia na mente e no coração do povo. Cria que a confusão sobre os ensinamentos eclesiásticos originava-se da ignorância bíblica. Fugiu da Inglaterra para a Alemanha a fim de traduzir o Novo Testamento (e a maior parte do Antigo Testamento). Posteriormente, foi seqüestrado em Antuérpia e executado por seu trabalho de tradução da Bíblia. "A fé", declarou Lutero, "é a confiança deliberada e viva na graça de Deus, tão certa que por ela alguém podia morrer mil mortes, e tal confiança [...] torna-nos alegres, intrépidos e contentes diante de Deus e de toda a criação". E ele ataca "a perniciosa doutrina dos papistas que ensinam que nenhum homem sabe com certeza se está ou não desfrutando do favor de Deus; deste modo eles desfiguram completamente a doutrina da fé, atormentam a consciência dos homens, banem Cristo da Igreja e negam todos os benefícios do Espírito Santo". Ao mesmo tempo, os reformadores reconheciam que fiducia, a certeza da fé, podia existir em alguém que sob a prova da tentação sentia-se seguro de sua inexistência nele, deixando-o sem esperança em Deus. (Se isto soa paradoxal, seja grato por não ter sido nunca exposto ao tipo de tentação que assim transforma o estado de sua alma, como era na ocasião o estado de Lutero e de muitos mais.)

Os católicos romanos não compreendiam isto. Como resposta aos reformadores reafirmavam o conceito medieval: apesar de a fé ansiar pelo céu, não tem certeza de chegar lá, e afirmá-la seria presunção. Os puritanos do século seguinte destacaram a idéia de que o essencial na fé não é a certeza da salvação, quer no presente ou no futuro, mas o arrependimento e a entrega a Jesus Cristo. Muitas vezes referiam-se à segurança como se fosse distinta da fé; o crente não a experimentaria normalmente a não ser que a buscasse de modo específico. Wesley, no século xviii, fazia eco à insistência de Lutero de que o testemunho do Espírito e a segurança resultante são parte da essência da fé, embora mais tarde ele tenha qualificado isto fazendo distinção entre a fé possuída pelo servo, da qual não faz parte a segurança, e a fé que existe no filho, que está de posse dela. Parece que ele ainda pensava em sua fé antes da experiência de Aldersgate Street como se fosse a de um servo — alguém nos limites da experiência cristã total, buscando a salvação e procurando conhecer o Senhor, mas ainda sem a certeza de sua situação na graça. Como todos os luteranos depois dele, embora não como o próprio Lutero, Wesley sustentou, porém, que a certeza se refere apenas à presente aceitação por Deus e que não pode haver certeza de constância.

O debate se mantém aceso entre os evangélicos e continua a provocar confusão. O que é segurança? E a quem Deus dá garantia? A todos os crentes, a alguns ou a nenhum? Quando ele garante, de que nos protege? Como ela é concedida? A confusão é grande, mas a verdade da adoção pode nos ajudar a desfazê-la.

Se Deus, por amor, fez dos cristãos seus filhos e se ele é Pai perfeito, duas coisas parecem surgir a respeito do assunto. Primeira, o relacionamento familiar deve ser duradouro, existindo para sempre. Pais perfeitos não desprezam seus filhos. Os cristãos podem agir como o filho rebelde, mas Deus não deixa de agir como o pai perdoador.

Segunda, Deus fará de tudo para que seus filhos sintam seu amor por eles, conheçam seus privilégios e sua segurança como membros da família. Crianças adotadas precisam da segurança devida, e pais perfeitos não deixarão de dá-la.

Em Romanos 8, a passagem clássica sobre a segurança no Novo Testamento, Paulo confirma os dois pontos. Primeiro, ele nos fala daqueles a quem Deus "predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos". Em outras palavras, aqueles a quem Deus resolveu tomar eternamente como filhos em sua família, junto com seu Unigênito, "ele chamou [...] justificou [...] glorificou" (Rm 8:29,30). "Glorificou", notamos, está no tempo passado, embora o fato em si mesmo seja no futuro; isto mostra que na mente de Paulo a situação é tão certa como se já tivesse acontecido, tendo sido fixada por decreto de Deus. Assim, Paulo mostra confiança ao declarar nos versículos 38 e 39:

Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus [o amor paternal, livre e redentor divino] que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Segundo, Paulo nos fala que aqui e agora "o próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus. Se somos filhos, então somos herdeiros" (v. 16,17). A afirmação é inclusiva, pois, embora Paulo nunca se tivesse encontrado com os romanos, sentia-se capaz de assegurar que, se eles eram cristãos, então conheciam este testemunho íntimo do Espírito à sua feliz situação de filhos e herdeiros de Deus. Bem disse certa vez James Denney que enquanto a segurança é pecado no romanismo, para a maioria das denominações protestantes é um dever. No Novo Testamento ela é simplesmente um fato.

Notamos que neste versículo o testemunho de nossa adoção surge de duas fontes distintas: nosso espírito (isto é, nosso "eu" consciente) e o Espírito de

Deus, que testemunha com o nosso espírito e ao nosso espírito.

Qual é a natureza deste duplo testemunho? A análise de Robert Hal-dane, que refina a essência de mais de dois séculos de exposição evangélica, dificilmente poderá ser melhorada. "O testemunho de nosso espírito", ele escreve, "torna-se uma realidade quando o Espírito Santo nos possibilita determinar nossa filiação pela consciência e descoberta em nós mesmos das verdadeiras marcas de um estado renovado". Isto é segurança inferencial, uma conclusão tirada do fato de que conhecemos o Evangelho, confiamos em Cristo, produzimos obras de arrependimento e manifestamos os instintos do ser humano regenerado.

Continua Haldane:

Mas dizer que este é o significado pleno do testemunho do Espírito Santo seria ficar muito aquém da afirmação do texto; porque neste caso o Espírito apenas ajudaria a consciência a ser testemunha, mas não poderia dizer que ele mesmo é um testemunho [...] O Espírito Santo testifica ao nosso espírito em um testemunho imediato e distinto, e também com nosso espírito em um testemunho harmonioso. Esse testemunho, embora não possa ser explicado, é sem dúvida alguma sentido pelo crente; é sentido por ele também em suas variações, às vezes mais fortes e palpáveis e outras fracas e menos distintas [...] Sua realidade é indicada nas Escrituras por expressões como as do Pai e do Filho vindo até nós, permanecendo conosco — Cristo se manifestando a nós, comendo conosco — dando-nos o maná escondido, e a pedra branca, comunicando-nos o conhecimento da quitação de culpa e escrevendo um novo nome, que ninguém conhece a não ser aquele que o recebeu. "O amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado".

Esta é a segurança imediata, a ação direta do Espírito no coração regenerado, vindo para suplementar o testemunho de nosso espírito induzido por Deus (isto é, de nossa consciência e reconhecimento como crentes). Embora este duplo testemunho possa ser temporariamente obscurecido pelo afastamento de Deus e pelo assalto satânico, todo cristão verdadeiro que não esteja magoando e extinguindo o Espírito pela infidelidade normalmente desfruta dos dois tipos de testemunho, de modo mais ou menos intenso, como experiência permanente; como o verbo no tempo presente ("testemunha ao nosso espírito") usado por Paulo torna bem claro.

Assim, esta é a realidade sobre a segurança: nosso Pai celestial quer que seus filhos saibam de seu amor por eles e da segurança que têm em família. Ele não seria Pai perfeito se não quisesse isso e se não agisse para concretizá-lo. Sua ação se manifesta fazendo que o duplo testemunho, já descrito, seja parte da experiência normal de seus filhos. Assim ele os leva ao júblio no seu amor. O testemunho é em si mesmo um dom — o elemento mais alto do complexo dom da fé, pelo qual os crentes obtêm o "conhecimento" de que a fé, a adoção, a esperança do céu e o infinito e soberano amor de Deus para com eles são "reais".

Sobre a dimensão desta experiência da fé, pode-se usar a expressão do sr. Squeers ao referir-se à "natureza": é "mais facilmente concebida que descrita"; entretanto todos os cristãos normalmente se beneficiam dela em maior ou menor escala, pois, na verdade, ela faz parte de seu direito de nascença. Sempre inclinados ao auto-engano, faremos bem em testar nossa segurança aplicando o critério ético e doutrinário que lJoão apresenta justamente com este propósito (v. lJo 2:3,29; 3:6-10,14,18-21; 4:7,8, 15; 5:1-4,18). Assim, o elemento conclusivo de nossa segurança será fortalecido, e a certeza como um todo será grandemente expandida.

A fonte da segurança, entretanto, não está em nossas deduções, mas na obra do Espírito, tanto à parte como por meio de nossas conclusões, convencendo-nos de sermos filhos de Deus e de que o amor salvador e as promessas divinas se aplicam diretamente a nós.

Que dizer então das disputas históricas? Os romanistas estavam errados. Vista à luz da adoção e da paternidade divina, sua negativa tanto da preservação como da segurança torna-se uma monstruosidade ridícula. Que tipo de pai é este que nunca diz a seus filhos que os ama, mas que ameaça expulsá-los da família se não se comportarem? A negativa dos wesleyanos e luteranos a respeito da preservação é um erro semelhante. Deus é um pai melhor que o apresentado por essa negativa. Ele guarda seus filhos na fé e na graça e não os deixa escapar da mão.

Os reformadores e Wesley estavam certos ao dizer que a segurança é essencial à fé. Os puritanos, entretanto, estavam certos também ao dar mais ênfase que os outros ao fato de que o cristão que magoa o Espírito pelo pecado e deixa de buscar a Deus de todo o coração deve esperar a perda da plena fruição do dom maior do duplo testemunho, como a criança descuidada e malcriada provoca a carranca de seus pais em lugar dos habituais sorrisos. Alguns presentes são preciosos demais para serem dados a crianças descuidadas e desobedientes, e este é um presente que o Pai celestial negará, pelo menos por algum tempo, se nos vir em uma condição em que ele nos prejudicará ao fazer-nos pensar que nosso Pai não se importa se vivemos de maneira santa ou não.

O GRANDE SEGREDO

É estranho que a verdade da adoção tenha sido pouco apreciada na história cristã. Além de dois livros do século XIX, pouco conhecidos hoje (Robert Smith Candlish, The fatherhood of God; Robert Alexander Webb, The reformed doctrine of'adoption), não há mais títulos sobre o assunto nem houve mais deles desde a Reforma do que havia antes dela.

A compreensão de Lutero sobre a adoção foi tão forte e clara como a da justificação, mas seus discípulos se apegaram à última e nada fizeram sobre a primeira. Os ensinamentos dos puritanos sobre a vida cristã, tão fortes em outros assuntos, foram notavelmente deficientes neste ponto. Esta foi uma das razões para o surgimento de interpretações legalistas errôneas a esse respeito. Talvez os primeiros metodistas, e mais tarde outros santos metodistas, como Billy Bray, o filho do Rei, com seu inesquecível modo de se referir à oração: "Preciso falar ao Pai sobre isto", chegaram mais perto da vida filial descrita no Novo Testamento. Há certamente muito mais para dizer sobre a adoção nos dias de hoje.

Entretanto, de tudo o que estudamos neste capítulo, a mensagem imediata ao coração é certamente esta: Eu, como cristão, entendo a mim mesmo? Conheço minha identidade real? Meu destino real? Sou filho de Deus. Deus é meu Pai. O céu é meu lar. Cada dia estou mais perto dele. Meu Salvador é meu irmão. Cada cristão é meu irmão também. Diga isso muitas vezes a si mesmo: a primeira coisa de manhã e a última à noite, enquanto espera pelo ônibus e sempre que a mente estiver livre. Peça que você possa viver como quem sabe que tudo isso é total e completamente verdadeiro. É este o segredo cristão para a vida feliz? Sim, com toda a certeza; mas nós temos alguma coisa maior e mais profunda a dizer. Este é o segredo do cristão para uma vida cristã que honra a Deus, e estes são os aspectos da situação realmente importantes. Desejo que este segredo se torne totalmente seu e meu também.

Para nos ajudar a ver mais adequadamente quem e o que somos como filhos de Deus, e para que fomos chamados, aqui estão algumas perguntas mediante as quais faremos bem em nos examinar freqüentemente.

Entendo minha adoção? Dou a ela o valor devido? Lembro-me diariamente meus privilégios como filho de Deus?

Busco a segurança de minha adoção? Sinto diariamente o amor de Deus por mim?

Trato Deus como meu Pai celestial amando-o, obedecendo-lhe e honrando-o, buscando e recebendo sua amizade, e tentando em tudo agradá-lo, como um pai gostaria que seu filho fizesse?

Penso em Jesus Cristo, meu Salvador e Senhor, como meu irmão, dispensando a mim não apenas a autoridade divina, mas também simpatia divina e humana?

Penso diariamente em como ele está perto de mim, como ele me compreende tão completamente e quanto, sendo meu remidor, ele se interessa por mim?

Aprendi a odiar o que desagrada a meu Pai? Sou sensível às coisas erradas às quais ele também é sensível? Empenho-me em evitá-las para não magoá-lo?

Aguardo ansioso o dia futuro quando a grande família dos filhos de Deus se reunirá finalmente no céu diante do trono de Deus, seu Pai, e do Cordeiro, seu irmão e Senhor? Tenho sentido a emoção dessa esperança?

Amo meus irmãos cristãos com os quais convivo de tal modo que não ficarei envergonhado quando no céu eu me lembrar de meus dias?

Tenho orgulho de meu Pai, e de sua família à qual, por sua graça, pertenço?

A semelhança dessa família é visível em mim? Se não for, por quê?

Deus nos humilha, Deus nos instrui, Deus nos faz seus filhos verdadeiros.

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