RSS

O Discípulo Completo

1 João 2:5-6

Por: Gabriel Carvalho

Introdução

Gostamos de ser conhecidos por predicados; belos, inteligentes, amáveis, amigos, sensíveis; Empregamos, quase que instantaneamente, o termo “irmãos” para todas as pessoas a nossa volta.

Temos imenso prazer em sermos chamados de cristãos – discípulos de cristo. É nosso codinome; Um simples exercício poderia dar início ao nosso pensamento: Será que consigo perceber as evidências de Cristo na vida do indivíduo que está sentado ao meu lado? Reforço o exercício – Será que se eu pudesse me ver nos olhos de outra pessoa, conseguiria enxergar em minha vida as evidências de Cristo? Será que se fosse receber um predicado do Senhor que se adequasse exatamente à minha vida ou forma como vivo recebia o de discípulo, Cristão, ou seria chamado pelo Senhor de “Avarento, roubador, idólatra, alcoólatra, fornicador, adúltero, maldizente, blasfemo, mentirosos”?

- Cristianismo verdadeiro é uma dedicação total ao Senhor Jesus Cristo. O Senhor não está à procura de homens e mulheres que lhe de apenas as noites de folga, os fins de semana ou os anos da aposentadoria.

- Ele está à procura de homens e mulheres que lhe de o primeiro lugar de sua vida.

- A resposta adequada ao sacrifício do Senhor Jesus Cristo no Calvário, não pode ser nada menos que rendição incondicional.

- Atualmente vivemos um paradoxo – Cristianismo é a fuga do inferno e a garantia de se chegar ao céu, porém, enquanto vivermos, temos todo o direito de desfrutar do melhor que a vida tem a oferecer.

- Gosto muito da afirmação: “Podemos aceitar o fato de que soldados deem sua vida por motivos patrióticos. Não estranhamos que comunistas ou muçulmanos estejam dispostos a morrer por motivos políticos ou religiosos. Mas, por alguma razão, a ideia de que “sangue, suor e lágrimas devem caracterizar a vida de um seguidor de Cristo parece remota ou ininteligível”.

Discípulo é aquele que se parece com o Seu Senhor. Que Carrega em seu corpo as marcas de Cristo, como Paulo disse aos Gálatas no Capítulo 6:17 “Daqui em diante ninguém me moleste; porque eu trago no meu corpo as marcas de Jesus.”

Quem, portanto, pode ser considerado um discípulo completo?

1. Aquele que desenvolve um amor sólido e consistente pelo Senhor Jesus Cristo:

Para, então, desenvolver um amor sólido é preciso conhecer o amor na perspectiva de Deus:

“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu Sua vida por nós” 1 João 3.16

* Para amarmos ao Senhor Jesus, precisamos aprender a amar como ELE nos amou. O maior ato de amor de todos os tempos, que transcende todas as demonstrações de amor, é a morte de Jesus na Cruz Romana, em favor de pecadores que nada merecem.

o O Amor de JESUS foi VOLUNTÁRIO – Não foram os líderes judeus que manipularam sua execução, nem os soldados que realmente realizaram sua crucificação – João 10:15 “Dou, voluntariamente, minha vida pelas ovelhas” e João 10:18 “Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la”. Ele escolheu morrer por suas ovelhas porque as amava.

o O Amor de JESUS foi SUBSTITUTIVO – Nossa morte é o inevitável resultado dos genes de pecado que herdamos de nosso pai, Adão. Nós tínhamos que morrer pelos nossos atos que são essencialmente maus. Jesus não tinha de morrer. Conforme Atos 3.15 Ele é o “Autor da Vida”. Ele não conheceu o Pecado, conforme 2 Coríntios 5.21. Ele entregou a si mesmo conforme João 10:15 “pelas suas ovelhas”. Esta preposição é extremamente significativa – quer dizer, “em lugar de”. Jesus tomou o nosso lugar no Calvário, por amor.

o O Amor de JESUS foi SACRIFICAL – foi mais que palavras, foi AÇÃO. Alguns já ousaram perguntar “Deus realmente me ama?”... Esta questão foi respondida nos pés da Cruz.

o O Amor de JESUS foi PESSOAL – Às vezes focalizamos tanto no termo “Deus amou ao mundo” de João 3:16, que começamos a pensar no amor de Jesus em termos meramente gerais. Nós estávamos em Sua mente e em Seu coração quando entregou Sua vida na cruz. Veja João 17:9 “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste”... Éramos nós que estávamos em SEU Coração. Você pode ser colocar dentro do texto que não fará uma errada exegese do que está exposto.

* Diante desta explicação e tais características (Voluntário, Substitutivo, Sacrificial e Pessoal), conhecendo um pouco do amor na perspectiva de Deus, corroboramos na assertiva – precisamos nutrir um amor verdadeiro por Jesus, não meramente textual, mas verídico, prático, consciente, como foi seu “AMOR” por nós.

“Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo” Lucas 14:26

* Se alguém ouve este texto seletivamente pensa que o Senhor Jesus é um homem cruel. Quando olhamos a demonstração acima de amor do Senhor, podemos compreender um pouco melhor o texto em questão. O tema deste texto não é a alienação da vida familiar, mas o custo do discipulado – nada, nem o amor pelos pais, nem mesmo o amor pela própria vida, tem precedência sobre a lealdade a Deus e ao Senhor Jesus. O Discípulo de Jesus deve renunciar tudo o que possui ou reputa por valioso – o Senhor deve ser o primeiro; demais relacionamentos, inclusive os sociais, devem ser secundários, assim como fomos sua prioridade.

* O Ponto chave do texto é a expressão “e até sua própria vida”; o amor a si mesmo é um dos mais fortes impedimentos ao discipulado; pecamos porque damos preferência à nossa vontade em detrimento à vontade de Deus; Somos egoístas, mesquinhos, avarentos, porque, conforme 2ª Timóteo 3:2, somos “amantes de si mesmos”.

* Um discípulo completo é aquele que abdica de tudo que reputa importante, seus valores, suas qualidades, suas possessões, seu intelecto, e permite que Cristo governe, em e por amor, sua vida.

* REFORÇO: AMAR A JESUS é REFLETIR SEU CARÁTER E CUMPRIR SUA VONTADE COMPLETAMENTE.

2. Aquele que renuncia a tudo quanto reputa por valioso

“Da mesma forma, qualquer de vocês que não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo”. Lucas 14:33

* Perceba, Jesus não exigiu apenas de certa classe seleta de trabalhadores cristãos – Ele disse: Qualquer de vocês... Ele não disse que devemos simplesmente estar dispostos a abandonar tudo. Ele disse: qualquer de vocês que não renunciar... Ele não disse que devemos renunciar apenas uma parte de nossa riqueza. Ele disse: Renunciar tudo o que possui.

Disse John Wesley “Acumular tesouros na terra é tão claramente proibido por nosso Mestre como o adultério e o assassinato”.

* O homem que abandona tudo para seguir a Cristo não é um mendigo, sem recursos, que espera ser sustentado por seus amigos cristãos. Ele é laborioso (trabalha diligentemente para suprir as necessidades de sua família), é moderado (vive da melhor maneira possível, sem a prevalência de luxos), enxerga adiante (acumula tesouros no céu), entrega seu futuro ao Senhor (não se preocupa em – somente – construir vastas reservas de segurança para os anos de velhice).

Disse Groves “Que tristeza será ver um servo que procura ser rico, grande e honrado neste mundo onde seu Senhor foi pobre, inferior e desprezado”.

* No Evangelho de Lucas, Capítulo 9:57-62 aparecem três candidatos à discípulos que não aprenderam o valor da renúncia. Estavam face a face com Jesus; sentiram um desejo interior de segui-lo, mas permitiram que alguma coisa se colocasse entre a alma de cada um deles e a completa dedicação ao Senhor. Nomino estes homens como o Sr. Rápido demais; o Sr. Lento demais e o Sr. Fácil demais.

No primeiro caso (Sr. Rápido demais) – Ele se voluntariou animadamente a seguir o Senhor a qualquer lugar. “Eu te seguirei por onde quer que fores”. Para ele nenhum custo seria grande demais; nenhuma cruz seria pesada demais. A resposta seguinte do Senhor Jesus parece até certo ponto desconexa, porém, o fato é que a resposta foi demasiadamente apropriada. “As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”. Noutras palavras, está disposto a renunciar os legítimos confortos da vida com o propósito de me servir com devoção? Ao que parece o homem não estava disposto, posto que não ouvimos mais falar dele nas Escrituras. Seu amor pelas conveniências terrenas era maior que sua dedicação a Cristo.

No segundo caso (Sr. Lento demais) – Ele não se voluntariou como primeiro homem; em vez disso o Senhor o chamou para ser seu seguidor. A resposta dele não foi uma recusa plena. Não é que ele estivesse completamente desinteressado do Senhor; havia alguma coisa que ele queria fazer primeiro. Ele colocou suas próprias coisas, acima da vontade de Cristo. “Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai”. É perfeitamente legítimo que um filho mostre respeito por seus pais. E, se o pai morreu, certamente há dentro da fé cristã, a possibilidade de conceder ao pai um enterro decente. Mas no caso concreto, conforme prelecionam alguns comentaristas, este sr. Provavelmente era o filho mais velho, que ficava com o dever de cuidar de seu pai até sua morte, conforme as tradições judaicas. Noutras palavras ele disse ao Senhor Jesus: Enquanto meu pai não morrer não posso seguir-te. Neste caso, um trabalho ou ocupação assumiu precedência sobre a razão principal da existência cristã – nos parecermos com Cristo.

Por fim, o terceiro caso (Sr. Fácil demais) – Não é contrário a lei de Deus mostrar interesse amoroso por seus parentes. Este homem falhou no teste quando permitiu que os ternos laços naturais substituíssem o lugar de Cristo. Jesus asseverou “Ninguém que põe a mão no Arado e olha para trás e apto para o Reino de Deus”. Pensamos que talvez tenha sido uma “mãe chorosa dizendo – meu filho, não quero que sofra como esse homem irá sofrer” ou um “pai insensato que afirmou: vou te deserdar caso siga aquele homem”.

Enfim, seguir a Cristo como discípulo completo implica em renúncia de tudo aquilo que pode tomar o lugar de Deus em sua vida.

3. Aquele que persevera e guarda a Palavra de Cristo

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele. Disse-lhe Judas (não o Iscariotes): Senhor, de onde vem que te hás de manifestar a nós, e não ao mundo? Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada”. João 14:21-23

* O discípulo completo deve ser apegado à Palavra de Deus. No grego, o termo apegado, presente em Tito 1.9 faz menção a Agarrar-se, devotar-se. Discípulo completo é aquele que tem intimidade com a Palavra de Deus.

* Fome e sede pelos ensinos de Cristo devem ser uma marca em nossas vidas. Assim como não podemos viver sem nos alimentarmos do alimento natural, assim também o discípulo não pode viver sem o alimento espiritual que é a Palavra de Deus – João 6:57 “Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim”

4. Aquele que tem na Oração seu estilo de vida

“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” Marcos 14:38

Jesus orava sempre. Ele orou em seu batismo, no início de seu ministério público (Lucas 3.21); Ele orou antes de um dia de ministério atarefado e frutífero (Marcos 1.35-39). Jesus orou também no fim de um dia cheio de ministrações e milagres (Lucas 5:15-16). Orou antes de escolher os doze apóstolos (Lucas 6.12). Orou na noite anterior à sua partida para Cruz, no Jardim do Getsêmani (Lucas 22:39-46). Orou durante a incomensurável angústia da Cruz. Morreu orando (Lucas 23.34,46).

* Ele não somente orava quando as pessoas o estavam observando e ouvindo. Ele, por vezes, se retirava para lugares solitários e orava conforme Lucas 5.16.

* Ele orava porque QUERIA ORAR: Ele não orava, não buscando alguma dádiva ou presente do Céu. Orava pelo simples desejo e amor à própria comunhão com Deus. Como Filho, conversava com seu Pai pessoalmente. Havia relacionamento. Oração é, acima de tudo, manifestação voluntária de nosso relacionamento com o Senhor. Quem ora porque quer, tem mais relacionamento, e por sua vez, está mais sensível às coisas de Deus.

Quais são nossos hábitos de oração? Nossa falta de comprometimento com a oração representa, conforme disse James Stewart “Um sintoma de queda de afeição” pelo Senhor e Sua obra. Se oramos pouco é bem provável que nosso amor pelo Senhor tenha se esfriado ou que nossa confiança em seu amor tenha sido esquecida.

Assim como nos relacionamentos, quando deixamos de lado o diálogo, também deixamos de lado o próprio relacionamento.

* Um discípulo completo se importa com a oração; compreende seu valor e “Ora sem cessar”.

CONCLUSÃO

* Diante de toda esta exposição ainda poderíamos dizer que um discípulo completo é aquele que desenvolve a fé inabalável em seu Salvador; é aquele que aceita os outros como Jesus aceitava, independentemente de classe, cor, pensamento; é aquele que tem compaixão pelo próximo; que não se importa com o sofrimento, nem a rejeição – importa-se somente se Cristo será glorificado e busca viver uma vida de santidade incondicional.

E você, nós? Será que o mundo afora nos vê como discípulos de Cristo, nosso Salvador? O que nos falta para conseguirmos através de nosso testemunho marcarmos este tempo com as marcas de Cristo?

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

0 comentários:

Postar um comentário