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Salmos 1

Por: Pr. Humberto Sedano

1 Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.

2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.

3 Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.

4 Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa.

5 Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos.

6 Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.

A Porta de Entrada aos Salmos

Os salmos 1 e 2 são o prólogo (começo), prefácio ou introdução do Saltério. Já o Salmo 150 é seu epílogo (final) ou conclusão. Desta maneira o prólogo (1) dos Salmos aborda o caráter do justo em relação com a Lei e a entronização universal do Justo Messias (2), já o epílogo (150) é uma doxologia (uma convocação universal para adorar a Deus).

Este salmo didático ou sapiencial prepara o leitor para que esteja alerta diante dos falsos adoradores, fazendo um contraste entre dois caminhos:

O caminho bem-aventurado dos justos (1-3) e o caminho de condenação dos ímpios (4-6).

Não há outro caminho. Em forma alternada, os salmista descreve aos ímpios (1, 4-5a), aos justos (2, 3, 5b) e contrasta os dois (1 e 2), usando dois símiles (3 e 4) e mostrando dois destinos (5 e 6). O justo é bem-aventurado, porque ele escolheu ter uma relação vital e vitoriosa com Deus, relação que se manifesta por meio da fé (Sl 2.12; 34.8; 84.5; 144.15; 146.5) e a obediência aos mandamentos do Senhor (YAHWEH) recebendo assim abundantes bênçãos (1-3; compare com Mt 5.3-13).

O ímpio, pelo caminho que elegeu não se susterá no juízo nem poderá resistir a ira justa de Deus quando for julgado (Sl 4-6; compare com Sl 76.7; 130.3; Ml 3.2: Mt 13.24-30; 2Ts 1.5-10; Ap 6.17).

O caráter e condição, e o destino presente e futuro dos piedosos e dos ímpios se descrevem e se contrastam neste salmo, ensinando que a verdadeira piedade é a fonte da felicidade humana, e o pecado é a raiz da miséria dos homens. Como tal este salmo é o resumo de todo o Saltério e ainda da mesma Escritura.

Este salmo é pequeno e simples, mas preciso e precioso apresentado suas verdades teológicas de forma meiga, e sublime para os justos rumo à felicidade. Aqui se denuncia o estilo de vida dos homens perversos e a índole santa e piedosa dos justos.

O Caráter do Justo

Este Salmo é sapiencial, pois ensina o secreto e caminho da felicidade:

1 Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.

1. A Felicidade do justo repousa naquilo que ele não faz:

· O Justo não anda no conselho dos ímpios (ele rejeita a teoria do mal: ele não planeja).

· O Justo não se detém no caminho dos pecadores (ele rejeita a prática do mal: ele não executa).

· O Justo não se assenta na roda dos escarnecedores (ele rejeita o descanso do mal: ele não zomba).

Note que o homem sem Deus é chamado ímpio, pecador e escarnecedor o que mostra sua degeneração, pois ele possui uma natureza depravada, um agir profano e um debochar blasfemo e no seu coração, mão e boca não há lugar para a reflexão, remorso e arrependimento.

Observe que existe um progresso no processo do mal, o qual é rejeitado pelo justo e desaprovado por Deus, assim o final do homem sem Deus é longe da felicidade.

As “bem-aventuranças” são exclamações de gozo que declaram felizes ou ditosos a uma pessoa ou a um grupo de pessoas, umas vezes pelo que são (os pobres, Lc 6.20), outras pelo que fazem (os pacificadores, Mt 5.9) e ainda pelo que não fazem (não anda no conselho dos ímpios, Sl 1.1). As “bem-aventuranças” são uma forma característica dos escritos sapienciais (Pr 14.21; 16.20; 20.7; 28.14; 29.18), que também aparece nos Salmos (2.12; 32.1-2; 34.8; 41.1; 84.4-5,12; 112.1; 119.1-2; 128.1), nos evangelhos (Mt 5.3-12) e ainda em Apocalipse (1.3 ).

Bem-aventurado literalmente, Quão feliz! — ela é uma exclamação de forte emoção, como resultado da meditação e compreensão da Escritura. O uso do termo no plural pode denotar a plenitude e a variedade da felicidade (2Cr 9.7). O termo hebraico אֶשֶׁר (ésher) aplicado ao homem é bem-aventurado e aplicado a Deus é Bendito. O homem que vive segundo a vontade de Deus goza do seu favor e é bem-aventurado, ou seja aprovado por Ele com bênçãos em seu caminhar.

...conselho …caminho …roda — Estes estágios indicam as graduações da maldade, seguindo os princípios, cultivando a cumplicidade e conformando-se permanentemente com a conduta dos ímpios, descritos pelos três termos (ímpio, pecador e escarnecedor), o último dos quais expressa a mais descarada impiedade e degeneração dos homens que vivem de costas para Deus e sua Lei (Sl 26.4-5; Jr 15.17).

2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.

2. A Felicidade do justo repousa naquilo que ele faz:

· O Justo deleita-se na Lei do Senhor (a natureza do justo: Ele encontra prazer no bem da Lei).

· O Justo medita na Lei do Senhor (a disciplina do justo: Ele usa um método para aprofundar no bem da Lei):

1. Medita de dia (no alfa ou início da sua jornada, pela manhã), pedindo fortaleza e direção ao Senhor (sua Coluna de nuvem: descansando na sombra do Onipotente).

2. Medita de noite (no ômega ou fim da sua jornada, pela noite), avaliando o dia e agradecendo ao Senhor (sua Coluna de fogo: habitando no esconderijo do Altíssimo).

O salmista segue o costume piedoso e santo dos seus antepassados, o qual foi ensinado pelo próprio Deus (Js 1.8). Enquanto o ímpio se degenera, o justo se regenera pela Escritura.

...o seu prazer está – Ou ...está sua delicia: A frase no hebraico implica algo mais do que mero prazer ou agrado; é vontade, anelo, adesão gozosa e obediência motivada pelo amor. O justo rejeita o mal em todas suas formas (teórica ou prática) e escolhe o bem da Escritura e por isso é bem-aventurado.

Lei: a palavra hebraica torah (que corresponde ao Pentateuco), traduzida habitualmente por “lei”, significa “instrução” ou “ensino”. Esta “instrução”, que está contida especialmente nos primeiros cinco livros da Bíblia, não é concebida como um conjunto impessoal de mandamentos e preceitos; ela é a Palavra viva de Deus, que sai ao encontro das pessoas para manifestar-lhes sua vontade e conduzir-las pelo caminho do bem e da vida, Sl 19.7-14; 112, 119, 128.

3 Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.

3. A Prosperidade do justo:

· Ele é como árvore plantada (a firmeza do justo: suas raízes).

· Junto a correntes de águas (a provisão do justo: sua energia).

· Que, no devido tempo, dá o seu fruto (a fertilidade do justo: sua pontualidade).

· E cuja folhagem não murcha (a perseverança do justo: sua qualidade).

· E tudo quanto ele faz será bem sucedido (a bênção do justo: sua plenitude).

Este salmo foi uma realidade na vida de José, Davi, O Senhor Jesus, Paulo, etc. e deve ser a experiência de cada filho e servo de Deus que medita na Lei do Senhor.

...como árvore plantada — Nos salmos o justo é comparado também a uma oliveira verdejante, Sl 52.8, a uma palmeira e a um cedro, Sl 92.12, assim ele é descrito como alguém cheio de vida, rico, precioso, grande e forte por estar unido a Deus por meio da sua Lei (a corrente de águas). Os profetas também usam esta figura da árvore (Jr 17.7-8).

...plantada — Significa estabelecido, afirmado. O justo está enraizado na presença do Senhor, pois ele não vive longe dele nem da sua vontade, antes está em permanente comunhão com Ele e em plena obediência a sua Lei.

... junto a — Significa sobre e ...corrente de águas — são canais de irrigação ou rios. Nas Escrituras as águas representam a mesma Escritura e elas sempre estão por perto dos homens de Deus (literalmente), assim Elias esteve no ribeiro de Querite, 1Rs 17.3, Eliseu começou seu ministério no Jordão, 2Rs 2.13-14, Ezequiel teve sua visão junto ao rio Quebar, Ez 1.1, Daniel recebeu sua visão junto ao rio Tigre, Dn 10.4 e João esteve em Patmos rodeado das águas do Mar Mediterrâneo. É importante observar o crescimento e aumento das águas que saem do templo na visão de Ezequiel (Ez 47). O clímax desta verdade se entende melhor nas profecias de Isaías e Habacuque:

Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte; porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar. Is 11.9.

Pois a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar. Hb 2.14.

O que será uma realidade no Milênio quando Cristo reinar, então desde Jerusalém o ensino da Palavra saíra para todas as nações como águas cristalinas (Is 2.3).

...dá o seu fruto — O justo cresce e amadurece na presença de Deus. José teve dois filhos no Egito, Manassés e Efraim, o primeiro nome significa esquecer e o segundo frutificar. José sendo justo e piedoso ele esqueceu e perdoou o que seus irmãos fizeram com ele e assim frutificou em terra estranha tornando-se governador no Egito, da mesma forma a Palavra de Deus nos consola, fortalece, dá esperança e nos ajuda a frutificar em meio à aflição como aconteceu com José.

...será bem sucedido Significa prosperará, isto é levará à perfeição seus planos e atividades. O crente fiel é abençoado em todos os seus empreendimentos pelo Senhor como mostra da sua aprovação (Dt 28 1-14).

Meditar na Palavra de Deus é discorrer com nós mesmos acerca das grandes verdades nela contidas, com uma íntima aplicação da mente e concentração no pensar para poder obedecer-lha sempre guiados pelo Espírito Santo do Senhor. Nesse processo o crente neutraliza a degeneração e é regenerado pela Palavra para crescer na graça e no conhecimento do Senhor.

Devemos referir-nos constantemente à Palavra de Deus como regra de nossas ações, e fonte de nosso consolo; e devemos de tê-la em nossos pensamentos noite e dia. Com este propósito não há momento que não seja oportuno. Isaías menciona que os pensamentos do homem não são os pensamentos de Deus (Is 55.8), mas quando o justo medita, então os pensamentos divinos passam a ser os seus.

4 Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa.

4. A Experiência presente dos injustos:

· Os ímpios não são assim (desaprovação dos injustos).

· São, porém, como a palha (insignificância dos injustos).

· Que o vento dispersa (instabilidade dos injustos).

Note o contraste entre o justo e o ímpio, enquanto o primeiro está enraizado e firme em Deus, o segundo flutua levado pelo vento do acaso e a desventura.

...não são assim — Os ímpios não são como os justos tanto em conduta como em felicidade.

...a palha — O fim dos ímpios é dramático colhendo o fruto da sua impiedade e menospreza da Lei de Deus. Eles terminam errantes e perdidos.

5 Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos.

5. A Experiência futura dos injustos:

· Por isso, os perversos não prevaleceram no juízo (condenação dos injustos).

· Nem os pecadores, na congregação dos justos (exclusão dos injustos).

Os homens que viveram pecando e rejeitando a Lei do Senhor serão julgados e condenados por ela no juízo futuro. Desta forma nenhum pecador estará em meio ao povo de Deus de todas as idades no reino do Senhor.

...não prevalecerão – Significa Não se levantarão: ou não permanecerão em pé, isto é, não poderão resistir o juízo de Deus. Eles não serão absolvidos do seu pecado (Mt 25.45-46). Note como aparecem os ímpios no verso 1 planejando o mal com vigor, executando-o com crueldade e debochando dele com perversidade , já aqui eles estão paralisados diante do Juiz do Universo.

6 Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.

6. Onisciência do Senhor:

· Pois o Senhor conhece o caminho dos justos (reconhecimento dos justos).

· Mas o caminho dos ímpios perecerá (fim dos injustos).

Enquanto os ímpios são julgados, condenados e excluídos, os justos são aprovados e reconhecidos pelo Senhor. Note que o salmo começa mencionando o florescente caminho dos pecadores e termina com esse caminho dos pecadores murchando e perecendo, enquanto o caminho dos justos floresce e subsiste.

...conhece O verbo conhecer se usa muitas vezes na Bíblia para referir-se a uma relação pessoal estreita e inclusive muito íntima (Mt 11.27; Jo 10.14-15). Desta forma o Senhor conhece os seus e os atende e defende (Sl 101.6; Pr 12.10; Os 13.8).

O Senhor é bom, uma fortaleza no dia da angústia; e conhece os que nele confiam. Na 1.7.

Este breve salmo 1 é uma pequena porta para o saltério, lá na frente outra porta maravilhosa se abrirá, o salmo 19 para mostrar a grandeza das Escrituras e ainda haverá uma porta maior e mais gloriosa que continuará com a temática do salmo 1 e 19, mostrando a relação inesgotável entre o justo e a Escritura, essa porta dourada é o salmo 119.

A exposição das tuas palavras dá luz; dá entendimento aos simples. Sl 119.130.

http://www.youtube.com/watch?v=cU_dGB0pkNM


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Salmos 24

Por: Pr. Humberto Sedano

O Senhorio de Deus

1 Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam.

2 Porque Ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios.

O Perfil do Adorador

3 Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo?

4 Aquele que é limpo de mãos e puro de coração;e não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente.

5 Este receberá do Senhor uma bênção, e a justiça do Deus da sua salvação.

6 Tal é a geração daqueles que o buscam, daqueles que buscam a tua face, Ó Deus de Jacó.

A Entrada Triunfal do Rei

7 Levantai, Ó portas, as vossas cabeças;

Levantai-vos, Ó entradas eternas, E entrará o Rei da Glória.

A Identidade do Rei

8 Quem é o Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, O Senhor poderoso na batalha.

O Ecoar da Entrada Triunfal

9 Levantai, Ó portas, as vossas cabeças; Levantai-vos, Ó entradas eternas, E entrará o Rei da Glória.

10 Quem é esse Rei da Glória? O Senhor dos exércitos; Ele é o Rei da Glória.

A Vinda do Rei da Glória

Este salmo é tanto davídico quanto messiânico. Sendo davídico mostra a adoração de Israel ao Senhor após o estabelecimento do reino de Davi e a entrada a Jerusalém da Arca da Aliança.

Na antigüidade as cidades eram amuralhadas e possuíam uma porta principal, assim quando Davi conquistava uma cidade ele entrava pela porta principal da cidade sitiada e derrotada e era ovacionado e aclamado pelo povo como o novo rei da cidade e daqueles cidadãos.

Da mesma forma se usa essa figura histórica para descrever a entrada do Senhor Deus em Jerusalém como seu Rei por meio da Arca da Aliança para poder reinar em Israel desde o Templo de Jerusalém, a capital do reino e o centro religioso e espiritual da nação.

Sendo messiânico este salmo mostra uma realidade maior. Ele aponta para Cristo, o Grande Rei.

Este salmo 24 fecha a seqüência messiânica iniciada nos salmos 22 e 23:

  1. No salmo 22 Cristo é o Salvador Sofredor.

  1. No salmo 23 Cristo é o Pastor Amante.

  1. No Salmo 24 Cristo é o Rei Triunfante.

No salmo 22 temos a cruz do Messias, no salmo 23 encontramos o cajado do Pastor e no salmo 24, achamos o trono e a coroa do Rei exaltado.

No salmo 22 temos a humilhação do Messias, no salmo 23 encontramos a ministração do Messias e no salmo 24 achamos a exaltação do Messias.

No salmo 22, o Messias Jesus passa pela humilhação de sua cruz, no salmo 23 Ele passa pela ministração de seu cajado e no salmo 24 Ele passa pela exaltação da sua coroação.

No salmo 22 temos o mistério da dor do Messias, no salmo 23 encontramos o ministério do amor do Messias e no salmo 24 achamos a revelação da entronização do Messias.

No salmo 22 temos o Messias sofrendo, no salmo 23 encontramos o Messias servindo e no salmo 24 achamos o Messias sendo adorado como Rei.

No salmo 22 temos o Messias rejeitado, no salmo 23 encontramos o Messias sendo usado e no salmo 24 achamos o Messias sendo aclamado.

No salmo 22 temos a pergunta do Cordeiro (Por que me abandonastes?), no salmo 23 temos a resposta para o Pastor (Deus abandonou o Filho no vale da sombra da morte para salvar os pecadores) e no salmo 24 temos o culto ao Rei Universal (os salvos adoram o Messias pelo seu sacrifício).

Este salmo louva a Deus como o rei de glória.

Este salmo mostra o Senhor Deus como Criador, como Redentor e como Conquistador do Universo.

Este salmo consta de três partes:

1. Um breve hino ou canto de louvor ao Deus Criador (1-2).

2. Uma instrução sobre as qualidades requeridas para adorar no templo (3-6).

3. Um poema que celebra a instalação da Arca do pacto em Jerusalém (7-10; cf. 2Sm 6.1-23; Sl 132) ou seu regresso à cidade santa depois de uma campanha militar vitoriosa.

Analisemos este belo e sublime salmo:

1. Um breve hino ou canto de louvor ao Deus Criador (1-2):

O Senhorio de Deus

1 Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam.

2 Porque Ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios.

Deus é louvado como Rei do universo tanto da Criação quanto das criaturas. Deus é apresentado aqui como dono do planeta e dos seus habitantes, porquanto Ele é o seu criador. Assim a criação e as criaturas devem-lhe adoração.

O mar e os rios conquistados por Deus são sinal do seu poder criador com o qual dá firmeza à Terra. Ao fundar a terra, em meio ao caos das águas, o Criador pode reclamar que a terra e todo o que há nela é seu, pois Ele o consolidou com o seu poder.

Aqui há um interessante paralelo entre a Criação e a conquista da Palestina, pois antes da chegada da Arca da Aliança e de Israel a Canaã, o contexto era de caos na região, pois não conhecia a Luz gloriosa da presença de Deus, assim as trevas do pecado e da idolatria prevaleciam nesse lugar, assim em meio aquele mar de injustiça moral e espiritual o Senhor apareceu para mostrar sua glória e autoridade e para poder estabelecer seu ordem, autoridade e justiça através de Israel, da Lei revelada e por meio do culto no Templo.

2. Uma instrução sobre as qualidades requeridas para adorar no templo (3-6):

O Perfil do Adorador

3 Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo?

4 Aquele que é limpo de mãos e puro de coração; que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente.

5 Este receberá do Senhor uma bênção, e a justiça do Deus da sua salvação.

6 Tal é a geração daqueles que o buscam, daqueles que buscam a tua face, Ó Deus de Jacó.

Este salmo se cantava em coro enquanto a arca era levada ao Templo em procissão. Como a segunda e terceira estrofe mostram que o salmo era cantado liturgicamente ao entrar no templo (Sl 47, 68, 118), primeiro o faziam os israelitas (3-6) e depois o Rei (7-10).

O verso 3 levanta a pergunta (Quem subirá...?) e o verso 4 dá a resposta (Aquele que...). Assim o salmo evoca a glória de Deus e os deveres dos adoradores. Os israelitas eram cientes da exigência divina com relação a uma vida de santidade e justiça por parte do fiel para poder adorar o Senhor dignamente.

A região habitada por homens sem conhecimento de Deus foi limpa e submetida ao rei do pacto. Assim Israel habitando nesse lugar devia manter também os requisitos morais da lei e suas exigências para poder adorar o Senhor dignamente.

Uma vida com mãos e coração limpos de pecado era uma vida que rejeitava a vaidade e o engano e dava ao adorador o direito de acesso ao santuário do Onipotente Rei que é Santo e Justo e que recompensava seus fiéis servos pessoalmente com suas bênçãos.

O adorador devia ser santo como o Deus que cultuava, do contrário isso seria profanação, sacrilégio e blasfêmia. Aquele que cultuava a Deus devia compartilhar a formosura da santidade e justiça do Senhor.

O salmista explica que a geração dos justos que busca face de Deus o faz de forma digna tanto moral quanto espiritualmente.

3. Um poema que celebra a instalação da Arca do pacto em Jerusalém (7-10; cf. 2Sm 6.1-23; Sl 132) ou seu regresso à cidade santa depois de uma campanha militar vitoriosa:

A Entrada Triunfal do Rei

7 Levantai, Ó portas, as vossas cabeças;

Levantai-vos, Ó entradas eternas, E entrará o Rei da Glória.

Aqui se convoca a abrir as portas da cidade para a entrada da Arca do Senhor. Ao entrar a Arca da aliança a Jerusalém o Rei e o povo clamavam diante dessa entrada triunfal, Deus era aclamado como o Rei conquistador, pois Ele é o Senhor dos exércitos, poderoso na batalha e quem concedeu a vitória a seu povo (7-10). O exército do Senhor mencionado pelo salmista estava composto pelas hostes celestiais ou astros e estrelas do céu, as miríades de anjos, arcanjos e querubins e as tropas do exército de Israel. Assim o Senhor estava no comando e no controle de tudo e assim é entronizado na cidade real em meio a gritos de louvor e som festivo. Esta primeira entrada aponta á primeira vinda a este mundo do Messias como Salvador e sua entrada triunfal a Jerusalém como mensageiro de Paz.

O texto fala de portas eternas, esta alusão se refere não só às portas da cidade, mas também aos corações dos homens que também deviam abrir-se para aceitar o reino do Senhor em suas vidas, isto é, as almas conquistadas que outrora adoravam e serviam outros deuses, agora deviam adorar e servir exclusivamente ao Senhor de Israel.

A Identidade do Rei

8 Quem é o Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, O Senhor poderoso na batalha.

Assim como se identificou a identidade do adorador como sendo ela de justiça e santidade para adorar o Senhor, agora se pergunta pela identidade do Senhor, e a resposta é que Ele é forte e poderoso na batalha, assim aqui se enfatiza sua onipotência e poder sobre os seus inimigos, sejam estes egípcios, filisteus ou cananeus. O nome do Senhor aqui é Jeová (YHWH), o Deus da redenção, pois Ele gloriosamente salvou o seu povo do inimigo opressor, por isso Ele é digno de todo louvor da parte de seu povo.

O Ecoar da Entrada Triunfal

9 Levantai, Ó portas, as vossas cabeças;

Levantai-vos, Ó entradas eternas, E entrará o Rei da Glória.

10 Quem é esse Rei da Glória? O Senhor dos exércitos; Ele é o Rei da Glória.

Duas vezes os adoradores clamam que as portas do santuário se abram para o Rei de glória (7, 9). O Senhor foi representado na procissão pela Arca do Pacto ao entrar no santuário (2Sm 6.12-19). Houve também outras ocasiões nas quais os descendentes de Davi ocuparam o trono da nação cantado este salmo.

Mas os cristãos têm usado este salmo para celebrar no culto a ascensão de Cristo ao seu santuário celestial após a sua ressurreição.

A entrada da Arca da Aliança ou do rei a Jerusalém era apenas um antecipo daquilo que ocorreria no futuro.

O Senhor entrou em Jerusalém o domingo anterior a sua paixão, naquela entrada triunfal o Senhor entrou sobre um jumento como um emissário real de paz, mas também se espera que este salmo seja cantado no Milênio quando Cristo voltará triunfante sobre o mal e como conquistador entrará em Jerusalém para estabelecer o seu reino de Justiça e Paz sobre o mundo. Assim só aqueles que têm lavado sua alma no sangue de Cristo participaram desse reino glorioso para adorá-lo e servi-lo e assim serão abençoados pela eternidade.

Para que você possa entrar nesse reino futuro deixe que Cristo entre hoje em seu coração, arrependa-se e seja salvo, pois seu coração tem uma porta eterna exclusiva para o Rei da Glória e você precisa abri-la para o Senhor. Portanto, deixe que Cristo Jesus seja o Rei entronizado em seu coração e assim glorifique ao Senhor nosso Deus.

http://www.youtube.com/watch?v=t6CRHMbIjR4

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